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Compassividade

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Uma mente compassiva vê beleza e protege a vida naturalmente. Porem, a mente compassiva, que é a mente do bodhisatva, ainda tem dentro de si um paradoxo, ainda tem dentro de si um eu e tem dualidade. Porque existe o outro e ele tem compassividade pelo outro, ele ainda não tem uma mente completamente iluminada. Chama-se isto de iluminação com resíduos.  O pensamento de compaixão ainda é um pensamento onde existe o “eu estou aqui e eles estão lá”. O sentimento de compaixão é um sentimento que tem dentro de si naturalmente a dualidade. Então quando surge o fim da dualidade em que o eu se dissolve, não existe mais o caminho da virtude nem o caminho da compaixão, porque a não dualidade implica que não existe o eu e o outro, a dor dos outros é a minha dor. O sentimento de compaixão desaparece dentro de uma concepção de perfeita unidade.

 Mesmo assim essa unidade não diz, eu sou a unidade. A unidade é vazia completamente de um eu, por isso o conceito de vazio torna-se tão importante no budismo. Porque, de que as coisas estão vazias? As coisas,  todos os fenômenos, nós, somos vazios de um eu. Porque não existe eu algum, então, o vazio são esses próprios fenômenos. Se o vazio são os fenômenos, então os fenômenos são o próprio vazio. Por isso vocês todos são a vacuidade e a vacuidade somos todos nós e a miríade de todas as coisas. Por isso é necessário esquecer-se de si mesmo para ser iluminado pela miríade de todas as coisas. Essa é a essência do ensinamento budista. 

Monge Genshô 

(Trecho de palestra inserida em "textos" com o título de "Os preceitos do Jukai" , decupada da gravação por Ápio San)

 

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